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O homem que quebrou o Banco da Inglaterra

Vai hesitar?

Por Josué Guedes

16 ago 2023 14h38 - atualizado em 16 ago 2023 02h40

“Vá na jugular!”

Foi essa frase que George Soros, “o homem que quebrou o Banco da Inglaterra”, usou para descrever uma oportunidade única para seu trader, Stanley Druckenmiller, durante a crise da libra e convencê-lo a multiplicar por quase 10 sua aposta contra o Banco da Inglaterra (BoE).

Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, evento extremamente traumático para toda Europa, havia uma busca por maior integração dos países do velho continente visando evitar que novas guerras ocorressem.

Em 1979, um passo foi dado nessa direção e alguns países europeus decidiram vincular suas moedas a taxas fixas, resultando na criação do Mecanismo de Taxas de Câmbio (ERM), um precursor do futuro Euro. 

Após muita resistência política, já na década de 90, o Reino Unido optou por também aderir ao ERM.

Coincidência ou não, pouco tempo depois, o país entrou em recessão, e o BoE enfrentou um dilema. Querendo reduzir as taxas de juros para estimular a economia, eles se viram impedidos de fazê-lo, pois isso poderia desvalorizar a libra e levar à saída do ERM. 

Nesse cenário, a única alternativa do banco foi adquirir mais libras no mercado, mantendo assim sua taxa dentro dos limites estabelecidos pelo ERM.

Antevendo uma possível crise em outros países, Helmut Schlesinger, presidente do Banco Central Alemão, o mais estável e forte do bloco, apontou a necessidade de um “amplo realinhamento das moedas europeias”, levantando a possibilidade de pressões sobre algumas delas.

Essas declarações indicavam uma potencial desvalorização da libra.

Sabendo disso, o Ministro das Finanças britânico, Norman Lamont, pediu explicações mais claras para o presidente do Banco Central Alemão sobre sua declaração, mas Schlesinger disse que só o faria no dia seguinte.

Do outro lado do Atlântico, em Nova York, os mercados ainda estavam abertos e Stanley Druckenmiller, gestor do Quantum Fund, um dos fundos de George Soros, analisou as declarações de Schlesinger e concluiu que a desvalorização da libra era inevitável.

Sua posição, desde o começo da crise da libra, era de 1,5 bilhão de dólares apostando na desvalorização da moeda. Acreditando que poderia aumentar gradualmente sua posição, Druckenmiller procurou Soros.

“Isso não faz sentido”, teria dito Soros a Druckenmiller. E explicou: Se os comentários de Schlesinger são verdadeiros, por que aumentar a posição de forma gradual? Vá na jugular!”.

Druckenmiller não teve dúvida: elevou a aposta de 1,5 bilhão de dólares para 10 bilhões de uma só vez.

Com a pressão aumentando e as apostas contra a libra crescendo, logo na manhã seguinte, o BoE comprou 1 bilhão de libras e aumentou a taxa de juros em 2 p.p. numa tentativa de segurar o preço da moeda.

Não adiantou. Uma enxurrada de novas apostas contra a moeda inundou o mercado.

O BoE aumentou suas compras e subiu ainda mais a taxa de juros, mas o caos já havia tomado conta do mercado.

Ato contínuo, a Inglaterra deixou o ERM, permitindo a desvalorização natural da libra esterlina e em poucos dias a moeda caiu 25% contra o dólar.

Druckenmiller fechou a posição, lucrando aproximadamente de 1 bilhão de dólares.

Não é todo dia que grandes oportunidades, aquelas que podem mudar tudo, surgem. Mas quando estiver diante delas, faça como Druckenmiller: não hesiste e vá na jugular!.

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NÃO VOU HESITAR: QUERO MINHA VAGA

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Por Josué Guedes

josue.guedes@mmakers.com.br